A osteopatia teve origem nos finais do sec. XIX com o Dr. Andrew Taylor Still (1828- 1917), nos Estados Unidos da América e daí se estendeu a praticamente todo o mundo. Atualmente em Portugal e também em muitos outros países tais como o Reino Unido, os E.U.A., Austrália e a França entre muitos outros, a prática da medicina osteopática é regulada. O exercício da profissão obriga à obtenção do grau de licenciado, que deve incluir um estágio supervisionado com a duração de pelo menos 1500 horas, o osteopata deve ainda ser detentor de cédula profissional emitida em Portugal pela Entidade Reguladora da Saúde.
A osteopatia é uma medicina de intervenção manual, que tem como objeto os distúrbios da micromobilidade e a sua relação causal com a instalação de distúrbios funcionais.
O diagnóstico osteopático recorre à história clínica do paciente, à observação do ortostatismo e da mobilidade ativa, à palpação dos tecidos, à avaliação da mobilidade passiva e restrições de mobilidade. De um exame físico multifacetado, fazem parte os testes ortopédicos, neurológicos, osteopáticos e o exame de sistemas.
O raciocínio clínico osteopático resulta da análise integrada da história clínica relatada pelo paciente e dos achados clínicos. O objetivo do diagnóstico é essencialmente o de identificar as restrições da micro-mobilidade e a relação destas quer com a sintomatologia apresentada pelo paciente quer com outros achados clínicos relevantes. A filosofia osteopática e o raciocínio clínico osteopático partem sempre da premissa básica de que existe uma relação entre a estrutura (os tecidos do corpo) e a sua função, pelo que o foco é colocado no restabelecimento da função.
O objetivo do tratamento é então o de restaurar a micro-mobilidade perdida, reequilibrar a tensegridade global do organismo e para tal toda a trama de tecido de tecido conjuntivo que permeia os sistemas neuro-músculo-esquelético, visceral e sacro-craniano pode necessitar de intervenção. O osteopata tem a possibilidade de recorrer a uma grande diversidade de técnicas manuais e a escolha destas é feita de acordo com a natureza do problema, as especificidades do paciente e a sua vontade que deve sempre respeitada. Não existem protocolos nem qualquer modelo pré-definido de tratamento.
Dada a natureza da intervenção osteopática, percebemos que o alívio da dor é sempre uma consequência de uma normalização da função, ou pelo menos de um incremento da funcionalidade. Desta forma, quer a normalização da função, quer o seu incremento parcial, correspondem sempre a alterações histológicas (dos tecidos) resultantes da aplicação das técnicas. A eficácia das mesmas permite o restabelecimento das funções neurológica e vascular, graças aos mecanismos regulatórios homeostáticos do organismo.
Daqui se depreende a razão por que a osteopatia coloca o seu foco no indivíduo e não na patologia.
Os exames complementares de diagnóstico biológicos ou radiológicos, tais como tomografia axial computorizada, ressonância magnética, análises clínicas ou outros podem ser necessários, sempre que o diagnóstico, nomeadamente o diagnóstico diferencial, nos leve a suspeitar de patologia de foro não osteopático e nestes casos o osteopata reencaminhará para a especialidade médica adequada e se necessário atuará em multidisciplinaridade no melhor interesse do paciente.X